Será que há algo de errado com o luto?
Neste post, vamos abordar o processo de luto e sua função.
Você vai entender quando a ajuda profissional é necessária para transpor este período de maior dor e sofrimento emocional.
Então, vamos lá?
Primeiramente, vamos entender do que se trata o luto, o que ele significa.
Cada pessoa vivencia o luto de forma muito particular.
Isso conforme os recursos internos e os suportes externos com os quais conta em um determinado momento.
Os recursos internos são as formas de perceber, pensar e sentir de cada pessoa, de acordo com suas experiências e história de vida.
Já os recursos externos são o conjunto de suportes a que uma pessoa pode recorrer.
Como exemplos, temos a família, os amigos, a rede de serviços do bairro ou município e a equipe da Unidade Básica de Saúde, do SUS, entre outros.
Não apenas o processo de luto é atravessado de forma particular por cada pessoa como ele também varia de cultura para cultura.
Na nossa cultura ocidental, o luto parece sofrer certo estigma ou preconceito. Isso porque, durante o processo de luto, há graus variados de tristeza e maior introspecção.
Neste período, as pessoas geralmente ficam mais retraídas. De certa forma, isso facilita a reflexão e o processo de elaboração da perda.
Este é também um momento no qual se vivencia em diferentes graus, podendo ser sentida como uma tristeza profunda. Isso pode impactar, mesmo que de forma passageira, diferentes esferas da vida. Por exemplo, os estudos, a vida profissional ou social.
Trata-se, contudo, de uma situação temporária, motivada por uma perda ou separação, e que faz parte de nossas vidas em seus diferentes ciclos.
Quando há algo de errado com o luto?
Às vezes, vemos o engano de o luto ser tratado como uma “doença”, como algo que não deveria ocorrer. Então, há um entendimento equivocado da situação.
Afinal, ele é uma fase relacionada com o processo de elaboração da perda. Sem o processo de luto, esta elaboração tende a ficar comprometida.
Existem, no entanto, situações em que o processo de luto pode se associar ou ser um dos desencadeadores de uma condição de saúde, como a depressão.
Estes são casos específicos e requerem atenção especial.
Como você pode reconhecer esta situação?
Em alguns casos, o luto provoca uma situação de sofrimento intenso e persistente que afeta a vida em diferentes aspectos.
Nem sempre a própria pessoa consegue identificar que precisa de suporte. Especialmente, se ela tem dificuldade em pedir ajuda.
Então, pode ser que seus amigos, familiares e colegas deem feedbacks a este respeito.
Podem ser mudanças que chamam atenção sobre seu humor, sua forma de se relacionar, seu desempenho no trabalho, sua capacidade de concentração ou até mesmo sobre seu autocuidado.
Estamos falando de um período de maior tristeza e introspecção.
Contudo, se este período persistir e trouxer mudanças que produzam sofrimento difícil de lidar sozinho, não hesite em buscar uma ajuda profissional.
De forma geral, o luto deve ser compreendido no contexto mais amplo da vida em suas diferentes etapas. Também no contexto de nossas relações afetivas e sociais.
É preciso considerar ainda os impactos que ele provoca, além das alterações e rearranjos que produzem na vida cotidiana e nas relações relações familiares.
Em resumo…
Em resumo, o processo de luto tem sua função e não é indicado tentar evitar seu processo, disfarçar o sofrimento ou negligenciá-lo. O luto é fundamental para a elaboração das perdas.
Contudo, considere sempre a intensidade e a persistência do sofrimento e os impactos sobre a vida cotidiana. Eles são um alerta para a necessidade de suporte profissional.
Nestes casos, a psicoterapia pode ser bem-vinda para ajudar a transpor o período de luto de forma mais saudável.